Da Estatística ao Cenário de Dados Corporativos
Por: Juliana Veloso

Da Estatística ao Cenário de Dados Corporativos
Olá, rede! Hoje quero compartilhar um pouco da minha jornada, uma história que começou com uma escolha despretensiosa e se desdobrou em uma carreira apaixonante no universo dos dados.
Lá em 2003, aos 17 anos, diante daquela questão que nos assombra com a força de um dilema shakespeariano: “O que farei na faculdade?” Meu coração oscilava entre Matemática e História, mas a realidade da carreira docente me fez reconsiderar. Escolhi então Economia, uma tentativa de fundir meus interesses. Mas a vida tem um senso de humor peculiar, e acabei aprovada apenas em Estatística na ENCE. Um plano B que se tornou o plano A.
Na ENCE, encontrei minha paixão. Os desafios iniciais foram muitos, mas cada etapa no mercado de trabalho confirmava que estava no caminho certo.
Minha carreira começou com digitação e tabulação de pesquisas e entrevistas nas ruas do Rio de Janeiro. Estágios em institutos de pesquisa, varejo e setor público pavimentaram meu caminho até o IPEA, onde amadureci e aprendi o valor das políticas públicas. Depois, mergulhei no mundo do marketing e CRM, onde cada insight de dados era uma peça do quebra-cabeça estratégico.
Meu percurso incluiu passagens marcantes, como no Globo, onde a segmentação e o ETL eram fundamentais, e na TIM, onde entendi o valor do ROI e do pricing. No Peixe Urbano, cresci de analista a líder, um laboratório completo de vivências corporativas.
Me mudei do Rio para São Paulo, integrando a Vivo, onde liderei a modelagem de dados focada na otimização de investimentos em mídia—a complexidade do projeto refletiu-se em impactos tangíveis para a empresa.
Na OLX, explorei a sinergia entre dados e publicidade. Lá, impulsionamos a inovação com a implementação de um simulador de financiamento, que se expandiu para outros produtos, demonstrando como a análise de dados é crucial para entender e atender às necessidades dos usuários, além de refinar segmentações e previsões.
Aprendizados vieram também com os tropeços, como na chegada da pandemia, um capítulo à parte.
Já na Dasa, compreender a intrincada teia do setor de saúde, mapeando as jornadas de pacientes e médicos, e definindo a comunicação eficaz—canais, timing, conteúdo—culminou na criação do nosso ‘motor de regras’. Esse sistema robusto foi a espinha dorsal para a implementação de um Customer Data Platform (CDP), elevando a eficiência operacional e a personalização do atendimento a novos patamares.
Mais recentemente, no Picpay, a unidade de negócios Shop desafiou-me a navegar por um ambiente de dados em formação. A iniciativa de estabelecer uma Single Source of Truth mostrou-se essencial, alinhando a coerência dos dados e impulsionando autonomia e eficiência nas operações, catalisando um salto significativo na produtividade das áreas de negócio.
Hoje, refletindo sobre minha trajetória, desde a seleção de mailings como estagiária até liderar equipes de alta performance, vejo o quanto cresci e como o mercado de dados amadureceu. De um estatístico fazendo tudo, passamos a ter especialistas em diversas áreas de dados.
E não poderia deixar de mencionar a importância da presença feminina nesse campo. Mulheres, priorizem ambientes onde são ouvidas. Ser ouvida é fundamental, e isso pode parecer simples, mas é uma realidade complexa para nós. Quando percebemos nosso valor e exigimos ser ouvidas, não há mais volta.
Minha história é um lembrete de que cada escolha, cada desafio, cada aprendizado nos molda para os próximos passos. E que no mundo dos dados, há sempre mais para aprender, mais para fazer e mais para evoluir.
Até a próxima, e continuem transformando dados em histórias de sucesso!
Ju Veloso.